30 janeiro 2006

Amarante perde mais um serviço


Depois de Amarante ver “partir” a loja da Portugal Telecom, a loja da EDP, a PSP e outros serviços, este sábado o jornal “Expresso” noticia que Amarante perderá a maternidade.
Não se compreende que esta unidade do Hospital de S. Gonçalo, que terminou o ano de 2005 com mais de mil partos, tenha o seu fim anunciado.
A partir de agora cabe às futuras mães desta região escolher onde querem “dar à luz”.
Da Câmara Municipal apenas se ouve o lamento. Da parte da administração do hospital idem aspas.
Quem fica a perder é o Baixo Tâmega.
Esperemos que os eleitos na autarquia tenham a sensibilidade e, acima de tudo, a capacidade reivindicativa para não permitirem que outras valências do hospital sejam retiradas.
Amarante já é suficientemente pobre para perder mais bens e serviços.

06 janeiro 2006

Nuno Santos - Director de Programas da RTP

"HÁ FALTA DE ROSTOS NA TELEVISÃO PORTUGUESA"

O Director de Programas da RTP afirma que, quando chegou à televisão do Estado, encontrou um canal “em crise profunda”. Nuno Santos refere que há uma falta de novos rostos na televisão portuguesa e não comenta a afirmação de Francisco Penin que acusa a RTP de ter uma “contra – programação selvagem”.

José Manuel Monteiro: Que canal encontrou quando chegou à RTP?

Nuno Santos: Encontrei um canal e uma empresa em crise profunda. Explicar todas as razões levaria demasiado tempo. No caso da RTP 1 o canal tinha perdido a sua relação de confiança e de afectividade com os espectadores e não era um player activo no mercado.

JMM: Alguma vez sentiu algum tipo de pressões por parte do governo?

NS: Não. Nos órgãos de comunicação social, pela capacidade que eles têm de influenciar e moldar os gostos e as opiniões dos públicos, todos os agentes sociais – sem excepção, dos partidos aos clubes desportivos, das associações cívicas às corporações querem ser escutados e todos tentam a melhor maneira de o fazer. Isso, de certa forma, é uma pressão e eu convivo muito bem com ela. Agora intervenção directa ou pressão no sentido que está inerente na sua pergunta reafirmo que não. Nem do actual Governo, nem dos anteriores.

JMM: Considera-se um jornalista que é director de programas ou um director de programas que um dia foi jornalista?

NS: Considero-me um jornalista que exerce as funções de Director de Programas.

JMM: Considera que a RTP tem feito serviço público?

NS: Considero. Poderia dar muitos exemplos mas limito-me a remeter para o contrato de concessão. A diversidade na nossa programação e uma grelha pensada para todos os públicos respondem por nós.

JMM: Os apresentadores de programas de entretenimento da RTP apresentam mais do que um programa. Há falta de novos rostos no canal?

NS: Há falta de rostos na televisão portuguesa. Repare que a RTP, mesmo tendo a situação que refere, é a estação que tem mais diversidade. Já viu quantos “apresentadores” têm a SIC ou a TVI?

JMM: Tem estado mais atento à SIC depois que mudou de direcção de programas?

NS: Estou pela minha natureza e por força das minhas funções muito atento a todos. Procuro também recolher informação. A recente alteração fez- me olhar com mais atenção para a SIC para entender o que está a acontecer mas o meu foco está, como é evidente, na RTP e não nas outras estações

JMM: Francisco Penim, numa entrevista à revista Visão, acusou a RTP de fazer “contra – programação selvagem” e mostrou interesse em voltar a ter no canal a Catarina Furtado. Quer comentar?

NS: Não. Não vou perder mais tempo com esse assunto.

JMM: A concorrência tem sido leal?

NS: O mercado português, até por força da legislação, é peculiar. Por vezes acontecem situações que não fazem nenhum sentido. A RTP tem uma matriz e um caminho e não se deixa afectar por questões dessa natureza.

JMM: Há algum nome de outro canal que gostasse de ter na RTP?

NS: Temos uma equipa excelente. Prefiro valorizar este aspecto.

JMM: Tem havido uma aposta na ficção nacional. Vai continuar essa aposta em 2006?

NS: Vai mesmo intensificar-se. Isso consta das propostas que apresentámos e estamos a trabalhar na sua concretização.

JMM: Ainda faz sentido produzir no Porto programas como o “Praça da alegria” e o “Portugal no coração”?

NS: Faz sentido produzir esses programas. Em abstracto até diria que é indiferente o sítio onde eles são produzidos. No entanto fazê-los a partiir do Porto também significa que o Operador público considera relevante ter capacidade de produção instalada noutras cidades do país e não apenas em Lisboa. Alguns dos melhores profissionais da RTP estão no Porto.

JMM: Júlio Isidro tem aparecido recentemente a colaborar em alguns programas. É um teste à sua popularidade para uma eventual apresentação desses programas?

NS: Com toda a certeza o Júlio não precisa de testes de popularidade. É um grande profissional de televisão e está em óptima forma.

JMM: Qual é a grande lacuna a preencher na grelha da RTP?

NS: Em matéria de géneros mais ficção em português. Do ponto de vista conceptual a questão é mais ampla.

JMM: Que novos projectos vão ser apresentados em 2006?

NS: Recomendo-lhe o site http://www.rtp.pt/. Não está lá tudo mas vai encontrar o essencial. Nenhuma estação tem tão definida, pelo menos publicamente, a sua linha de produção.