28 maio 2006

As contradições de Correia de Campos


O ministro da saúde, Correia de Campos, foi a Baião inaugurar a unidade móvel de saúde. Confesso que não entendo esta inauguração.

Esta viatura só irá uma vez por mês a cada freguesia daquele concelho. Ora, que eu saiba, as doenças não costumam marcar hora para aparecer e os tratamentos de pequenas feridas e renovação de pensos têm de ser feitos com espaços mais curtos que um mês.

Por esta inauguração percebemos a dimensão da propaganda deste governo. Tudo serve de notícia para fazer passar a imagem de um governo trabalhador e atento aos mais carenciados.
Outro dado curioso é o facto dos autarcas socialistas serem os únicos a permitir esta campanha, apesar dos seus concelhos estarem a ser penalizados. Exemplo disso é Baião.

O JN de hoje publica uma frase proferida por Correia de Campos que é no mínimo enigmática. Diz o ministro da saúde que “ o hospital de S. Gonçalo, em Amarante, é muito importante, válido e terá a sua vida garantida por muitos e longos anos, com uma qualidade crescente".

Então não é este ministro que anunciou o encerramento das urgências e da maternidade daquela unidade hospitalar?

É assim que um hospital cresce em qualidade e garante a sua vitalidade? Sinceramente acho que Correia de Campos necessita de repouso e nada melhor que deixar o ministério da saúde.

21 maio 2006

Onde está o garrafão do vinho?!



A imagem que se encontra em cima chegou-me por e-mail. Considero que de facto temos maus policias como temos maus profissionais em qualquer profissão.

O típico agente da autoridade que nada faz e só está a beber vinho está em vias de extinção.

Cada vez mais os quadros das nossas forças policiais são compostos por pessoas bem formadas e com vocação para a vida policial.

No entanto, a ser verdadeira esta fotografia, não posso deixar de referir que ela tem alguma graça e que as chefias dos agentes da autoridade têm de estar atentas a estas situações. Se o saca-rolhas está visível, onde estará o garrafão do vinho?

O lado escuro do Porto




Ir à baixa portuense depois das 22 horas é quase uma aventura. A cidade está praticamente deserta. Digo praticamente porque as poucas pessoas que se encontram são os varredores do lixo e aquelas que fazem da prostituição o seu modo de vida.

A maioria das pessoas que durante o dia enchem a cidade são oriundas dos subúrbios. O preço elevado das casas e os prédios degradados contribuíram bastante para esta desertificação da Invicta.

Mas não deixa de ser interessante fazer uma viagem pelo lado escuro do Porto. As escolhas não faltam.

Junto à Câmara Municipal, instalou-se o verdadeiro mercado do sexo. Nas ruas paralelas encontramos de tudo: homens, mulheres e travestis.

Qualquer cidadão que circule nesses locais, ou até mesmo parado num semáforo, é imediatamente abordado. Surgem rapidamente propostas em todos os sentidos. O preço pode ser sempre negociado. O mercado do sexo também está em saldo.

Mas quem pensa que as coisas se limitam à zona da baixa está redondamente enganado. Junto ao parque da cidade acontece o mesmo paralelismo sexual. De um lado estão as prostitutas à espera de clientes. Do outro lado os homossexuais circulam com as suas viaturas à procura de sexo fácil e gratuito. Aquela zona é denominada de “local de engate”.

Mais abaixo, já na zona da Foz, encontramos novo paralelismo: prostitutas de um lado da rua e do outro as viaturas estacionadas com casais em momentos bastante íntimos. De um lado comercializa-se; do outro, supostamente, é de borla.

Mas nem só de sexo vive o Porto à noite. Na viagem pelo lado escuro da cidade encontramos os locais do tráfico de droga: Sé; Ramalde; Pereiro; Aleixo, entre outros.

Depois, quando o dia amanhece, a cidade está cheia de vidros de automóveis na rua. Os assaltos aconteceram, ou melhor, o vandalismo também aconteceu, porque muitas vezes não são furtados objectos das viaturas. Apenas houve o divertimento em partir os vidros.

O Porto tornou-se assim uma cidade que à noite não dorme. Mas apenas adormece da confusão do dia-a-dia e onde quem manda não é a polícia.

07 maio 2006

Quem tem capa já não escapa


Começou hoje mais uma semana da queima das fitas na cidade do Porto. Este ritual que se repete por todo o país, onde quer que exista uma universidade.

Para quem nunca teve uma experiência de “vida académica”, esta semana pode parecer estranha, como estranho parecem as “monumentais” bebedeiras de muitos futuros doutores e engenheiros deste país.

De facto, são estes dias que os estudantes universitários aproveitam para libertar a tensão acumulada com os trabalhos académicos realizados durante o ano e também serve para se prepararem para o stress dos exames que estão prestes a começar.

O Porto é das academias com maior tradição de queima das fitas. Quase nenhum estudante deixa de estar presente na primeira noite, junto à antiga cadeia da relação, para assistir à monumental serenata. É nessa altura que os padrinhos académicos aproveitam para “traçar” a capa aos seus novos afilhados. Se por um lado são cada vez menos os caloiros que aderem à praxe, por outro todos querem vestir o traje académico.

Depois segue-se uma semana cheia de concertos. Espectáculos diversificados e acções de solidariedade.

Outro ponto considerado alto é sempre a missa da bênção das pastas no estádio do dragão e o cortejo na terça-feira.

No dia do tradicional cortejo, a cidade do Porto fica parada para conhecer os seus estudantes. O trânsito torna-se ainda mais caótico.

O presidente da câmara marca sempre presença na tribuna que este ano regressa para a avenida dos aliados. Para isso contribuiu o acelerar das obras para que tudo esteja pronto.

Apesar dos concertos elaborados a pensar na diversidade e a preços acessíveis, a maioria dos estudantes aproveita a queima das fitas mais para confraternizar com os amigos e desconhecidos do que propriamente para ver os concertos.

O hospital de Stº António, por estes dias, não tem mãos a medir. Esta noite constatei isso mesmo ao levar 2 amigos que se encontravam em estado alcoólico avançado, desculpem o eufemismo. Foram todos muito profissionais naquela unidade hospitalar.

A queima das fitas segue sem interrupções. Aqui fica a ligação à Federação Académica do Porto (FAP) para que seja possível consultar todo o cartaz.

De fazer referência apenas que este ano a RTP terá no programa “Portugal no Coração” um diário da queima das fitas, onde será “contado” aos telespectadores tudo que se passou no dia anterior.