21 maio 2006

O lado escuro do Porto




Ir à baixa portuense depois das 22 horas é quase uma aventura. A cidade está praticamente deserta. Digo praticamente porque as poucas pessoas que se encontram são os varredores do lixo e aquelas que fazem da prostituição o seu modo de vida.

A maioria das pessoas que durante o dia enchem a cidade são oriundas dos subúrbios. O preço elevado das casas e os prédios degradados contribuíram bastante para esta desertificação da Invicta.

Mas não deixa de ser interessante fazer uma viagem pelo lado escuro do Porto. As escolhas não faltam.

Junto à Câmara Municipal, instalou-se o verdadeiro mercado do sexo. Nas ruas paralelas encontramos de tudo: homens, mulheres e travestis.

Qualquer cidadão que circule nesses locais, ou até mesmo parado num semáforo, é imediatamente abordado. Surgem rapidamente propostas em todos os sentidos. O preço pode ser sempre negociado. O mercado do sexo também está em saldo.

Mas quem pensa que as coisas se limitam à zona da baixa está redondamente enganado. Junto ao parque da cidade acontece o mesmo paralelismo sexual. De um lado estão as prostitutas à espera de clientes. Do outro lado os homossexuais circulam com as suas viaturas à procura de sexo fácil e gratuito. Aquela zona é denominada de “local de engate”.

Mais abaixo, já na zona da Foz, encontramos novo paralelismo: prostitutas de um lado da rua e do outro as viaturas estacionadas com casais em momentos bastante íntimos. De um lado comercializa-se; do outro, supostamente, é de borla.

Mas nem só de sexo vive o Porto à noite. Na viagem pelo lado escuro da cidade encontramos os locais do tráfico de droga: Sé; Ramalde; Pereiro; Aleixo, entre outros.

Depois, quando o dia amanhece, a cidade está cheia de vidros de automóveis na rua. Os assaltos aconteceram, ou melhor, o vandalismo também aconteceu, porque muitas vezes não são furtados objectos das viaturas. Apenas houve o divertimento em partir os vidros.

O Porto tornou-se assim uma cidade que à noite não dorme. Mas apenas adormece da confusão do dia-a-dia e onde quem manda não é a polícia.

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