Rui Rio Presidente da Câmara Municipal do Porto:
“NÃO SOU UM PRESIDENTE DE COSTAS VOLTADAS PARA A CIDADE”
O Presidente da Câmara do Porto considera que a cidade perdeu, em parte, alguma competitividade. Para o autarca o problema do túnel de Ceuta parece ter um fim à vista. Rui Rio apoia a liderança de Marques Mendes mas não exclui a hipótese de se candidatar, um dia, a Primeiro-Ministro.
José Manuel Monteiro: Na sua opinião, o que levou a que os portuenses lhe dessem uma maioria absoluta?
Rui Rio: Penso que os portuenses reconheceram o trabalho desenvolvido e que optaram pela minha forma de estar na política.
JMM: No anterior mandato afirmou muitas vezes que não realizou certas obras por não ter maioria absoluta. Neste mandato, quais vão ser as suas prioridades?
RR: As prioridades de intervenção prendem-se com a coesão social, a requalificação urbana e a mobilidade.
JMM: O túnel de Ceuta já tem solução à vista?
RR: Já tive oportunidade de conversar com o Ministro de Estado, António Costa, e também já troquei impressões com o Primeiro-Ministro. Parece-me que agora há vontade de resolver o problema. Vamos aguardar.
JMM: As contestações ao projecto para a Av. dos Aliados têm subido de tom. Admite reequacionar o projecto?
RR: O projecto de requalificação da Avenida dos Aliados foi amplamente discutido, foi concebido por arquitectos de reconhecido mérito e é uma obra que surge na sequência da introdução do metro entre o Porto e Vila Nova de Gaia.
JMM: A forma como o Governo pretende gerir a Casa da Música parece-lhe a mais correcta?
RR: Sempre defendi que o modelo de gestão da Casa da Música devia ser equivalente ao da Fundação de Serralves. A participação de privados é essencial para evitar a politização daquele projecto. Parece-me que a solução satisfaz todas as partes.
JMM: É muitas vezes acusado de ser um presidente “de costas voltadas” para a cidade e para algumas das suas associações. Como comenta estas acusações?
RR: Não sou um Presidente “de costas voltadas” para a cidade e isso foi visível no último resultado eleitoral. Tenho uma forma diferente de estar na política e não gosto de alimentar nem populismos nem “subsidiodependências”, por isso, a nossa política de apoio a instituições e a associações passou muito mais por colaborar e realizar obras do que pela oferta de subsídios.
JMM: A oposição afirma que o Porto tem perdido competitividade. Concorda?
RR: Em parte. Considero, no entanto, que nos últimos anos o Porto ganhou algum peso e que os anteriores governos olharam para a cidade com particular atenção. Basta pensar que em 2003 tivemos o maior PIDDAC pelo segundo ano consecutivo, para lá dos diversos investimentos que a cidade teve nos últimos anos nomeadamente com o Metro e com a criação de novas infra-estruturas. Neste momento, tenho algumas reservas em relação à actuação do Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, e em relação àquilo que o governo pretende fazer com o projecto do Metro do Porto (que está actualmente com o modelo de gestão suspenso) e com o adiamento da ligação do TGV entre o Porto e Vigo na medida em que são dois projectos fundamentais para a região Norte do país.
JMM: Pretende assumir a liderança da Grande Área Metropolitana do Porto?
RR: Assumi a Presidência da Junta Metropolitana do Porto e tenho pena que este organismo apesar de ter um enorme leque de competências previstas na lei tenha um orçamento tão reduzido para poder intervir. É necessário negociar as suas competências com a administração central para que possa existir uma intervenção a vários níveis. A JMP constitui um espaço de diálogo entre presidentes de câmara e autarcas muito válido em termos de intervenção política, mas não é suficiente, será preferível uma actuação no terreno como, por exemplo, nos projectos do Metro do Porto e da Lipor. No caso da mobilidade, na Grande Área Metropolitana do Porto, é um imperativo a nomeação da Autoridade Metropolitana de Transportes. É nesta perspectiva que serão instituídos os conselhos de vereadores de modo a que exista uma articulação nas políticas a adoptar a nível inter-municipal.
JMM: As relações entre Porto e Gaia parecem ter serenado. Admite projectos conjuntos? Quais?
RR: O Porto procura relacionar-se de uma forma normal com Gaia, tal como com Matosinhos e com os demais concelhos da AMP.
JMM: Concorda com a criação, no Porto, de canais regionais de televisão?
RR: Se partir da iniciativa privada, não vejo como se possa estar contra.
JMM: Por que é que se “zangou” com os jornalistas?
RR: Eu não me zanguei com os jornalistas. O executivo da Câmara Municipal do Porto estabeleceu regras de relacionamento com a Comunicação Social que visam, sobretudo, contribuir para uma informação séria e verdadeira; que é o que, muitas vezes, tem faltado.
JMM: Numa entrevista que concedeu, recentemente, ao JN admitiu construções no Parque da Cidade. Confirma?
RR: Trata-se de uma subtil manipulação das minhas declarações sobre o tema, como facilmente se constata lendo as respostas que dei à questão, e que vêm publicadas no interior do jornal.
JMM: Marques Mendes é o líder certo para o PSD? Porquê?
RR: Eu apoio a liderança do Dr. Marques Mendes e defendo a sua continuidade, não me parece nada positivo estar a criar instabilidade. O Dr. Marques Mendes tem de ter o tempo necessário para se impor.
JMM: Muitos analistas políticos consideram que Marques Mendes é um líder de transição e que não chegará até às eleições legislativas. Um dos nomes apontados para o suceder é o do Dr. Rui Rio. Tem tido contactos e movimentações nesse sentido?
RR: Não.
JMM: Vê-se como primeiro-ministro?
RR: Acabei o curso e fui economista durante dez anos. Nunca agi na expectativa de vir a ser secretário-geral do PSD, ou vice-presidente do grupo parlamentar, ou vice-presidente do partido, também, nunca sonhei ser Presidente da Câmara Municipal do Porto e, no entanto, sou. Nesta matéria não programo nada.
JMM: Daqui a quatro anos, que Porto vamos ter?
RR: Espero que daqui a quatro anos o Porto esteja completamente diferente. Estou empenhado em projectos que promovam a melhoria da qualidade de vida dos portuenses. Espero ter um Porto com melhor habitação social, com menos exclusão, com uma Baixa mais reabilitada e com um sistema de transportes públicos mais eficaz.
Rui Rio: Penso que os portuenses reconheceram o trabalho desenvolvido e que optaram pela minha forma de estar na política.
JMM: No anterior mandato afirmou muitas vezes que não realizou certas obras por não ter maioria absoluta. Neste mandato, quais vão ser as suas prioridades?
RR: As prioridades de intervenção prendem-se com a coesão social, a requalificação urbana e a mobilidade.
JMM: O túnel de Ceuta já tem solução à vista?
RR: Já tive oportunidade de conversar com o Ministro de Estado, António Costa, e também já troquei impressões com o Primeiro-Ministro. Parece-me que agora há vontade de resolver o problema. Vamos aguardar.
JMM: As contestações ao projecto para a Av. dos Aliados têm subido de tom. Admite reequacionar o projecto?
RR: O projecto de requalificação da Avenida dos Aliados foi amplamente discutido, foi concebido por arquitectos de reconhecido mérito e é uma obra que surge na sequência da introdução do metro entre o Porto e Vila Nova de Gaia.
JMM: A forma como o Governo pretende gerir a Casa da Música parece-lhe a mais correcta?
RR: Sempre defendi que o modelo de gestão da Casa da Música devia ser equivalente ao da Fundação de Serralves. A participação de privados é essencial para evitar a politização daquele projecto. Parece-me que a solução satisfaz todas as partes.
JMM: É muitas vezes acusado de ser um presidente “de costas voltadas” para a cidade e para algumas das suas associações. Como comenta estas acusações?
RR: Não sou um Presidente “de costas voltadas” para a cidade e isso foi visível no último resultado eleitoral. Tenho uma forma diferente de estar na política e não gosto de alimentar nem populismos nem “subsidiodependências”, por isso, a nossa política de apoio a instituições e a associações passou muito mais por colaborar e realizar obras do que pela oferta de subsídios.
JMM: A oposição afirma que o Porto tem perdido competitividade. Concorda?
RR: Em parte. Considero, no entanto, que nos últimos anos o Porto ganhou algum peso e que os anteriores governos olharam para a cidade com particular atenção. Basta pensar que em 2003 tivemos o maior PIDDAC pelo segundo ano consecutivo, para lá dos diversos investimentos que a cidade teve nos últimos anos nomeadamente com o Metro e com a criação de novas infra-estruturas. Neste momento, tenho algumas reservas em relação à actuação do Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, e em relação àquilo que o governo pretende fazer com o projecto do Metro do Porto (que está actualmente com o modelo de gestão suspenso) e com o adiamento da ligação do TGV entre o Porto e Vigo na medida em que são dois projectos fundamentais para a região Norte do país.
JMM: Pretende assumir a liderança da Grande Área Metropolitana do Porto?
RR: Assumi a Presidência da Junta Metropolitana do Porto e tenho pena que este organismo apesar de ter um enorme leque de competências previstas na lei tenha um orçamento tão reduzido para poder intervir. É necessário negociar as suas competências com a administração central para que possa existir uma intervenção a vários níveis. A JMP constitui um espaço de diálogo entre presidentes de câmara e autarcas muito válido em termos de intervenção política, mas não é suficiente, será preferível uma actuação no terreno como, por exemplo, nos projectos do Metro do Porto e da Lipor. No caso da mobilidade, na Grande Área Metropolitana do Porto, é um imperativo a nomeação da Autoridade Metropolitana de Transportes. É nesta perspectiva que serão instituídos os conselhos de vereadores de modo a que exista uma articulação nas políticas a adoptar a nível inter-municipal.
JMM: As relações entre Porto e Gaia parecem ter serenado. Admite projectos conjuntos? Quais?
RR: O Porto procura relacionar-se de uma forma normal com Gaia, tal como com Matosinhos e com os demais concelhos da AMP.
JMM: Concorda com a criação, no Porto, de canais regionais de televisão?
RR: Se partir da iniciativa privada, não vejo como se possa estar contra.
JMM: Por que é que se “zangou” com os jornalistas?
RR: Eu não me zanguei com os jornalistas. O executivo da Câmara Municipal do Porto estabeleceu regras de relacionamento com a Comunicação Social que visam, sobretudo, contribuir para uma informação séria e verdadeira; que é o que, muitas vezes, tem faltado.
JMM: Numa entrevista que concedeu, recentemente, ao JN admitiu construções no Parque da Cidade. Confirma?
RR: Trata-se de uma subtil manipulação das minhas declarações sobre o tema, como facilmente se constata lendo as respostas que dei à questão, e que vêm publicadas no interior do jornal.
JMM: Marques Mendes é o líder certo para o PSD? Porquê?
RR: Eu apoio a liderança do Dr. Marques Mendes e defendo a sua continuidade, não me parece nada positivo estar a criar instabilidade. O Dr. Marques Mendes tem de ter o tempo necessário para se impor.
JMM: Muitos analistas políticos consideram que Marques Mendes é um líder de transição e que não chegará até às eleições legislativas. Um dos nomes apontados para o suceder é o do Dr. Rui Rio. Tem tido contactos e movimentações nesse sentido?
RR: Não.
JMM: Vê-se como primeiro-ministro?
RR: Acabei o curso e fui economista durante dez anos. Nunca agi na expectativa de vir a ser secretário-geral do PSD, ou vice-presidente do grupo parlamentar, ou vice-presidente do partido, também, nunca sonhei ser Presidente da Câmara Municipal do Porto e, no entanto, sou. Nesta matéria não programo nada.
JMM: Daqui a quatro anos, que Porto vamos ter?
RR: Espero que daqui a quatro anos o Porto esteja completamente diferente. Estou empenhado em projectos que promovam a melhoria da qualidade de vida dos portuenses. Espero ter um Porto com melhor habitação social, com menos exclusão, com uma Baixa mais reabilitada e com um sistema de transportes públicos mais eficaz.
5 comentários:
Providências cautelares contra o IPPAR e a METRO-(Texto do requerimento inicial do processo cautelar preliminar à acção popular a instaurar contra o IPPAR, o MAOT e o Município do Porto)
Aliados
Aliados
É interessante o Dr. Rui Rio assumir que o Porto perdeu alguma competitividade. Não há nenhum jornalista que veja isto e faça difundir esta entrevista? Parabens pelo blogue.
JMM: As contestações ao projecto para a Av. dos Aliados têm subido de tom. Admite reequacionar o projecto?
RR: O projecto de requalificação da Avenida dos Aliados foi amplamente discutido, foi concebido por arquitectos de reconhecido mérito e é uma obra que surge na sequência da introdução do metro entre o Porto e Vila Nova de Gaia!
É extraordinário que continue a afirmar o que bem entende. Isto é o que eles dizem: consideram "ampla discussão publica" uma mailing list, a publicação na revista da câmara, apresentação por convite nos paços do concelho, e apresentação na assembleia municipal (em que apenas cerca de 28 pessoas do publico se podem inscrever)! Para além disso há confusão entre Debate público e Audição Pública.( Ver os nosos comentários às repostas de Rui Rio à Comissão Parlamentar por exemplo ) Nem debate nem audição, nem um nem outro se realizaram. E o único debate público que tem havido é o que se tem promovido através de iniciativas como a dos ALIADOS. É pois falso , como qualquer pessoa um pouco informada sabe, e como será eventualmente provado em tribunal, que tenha havido abertura para se debater este projecto que está a ser de modo autocrático à cidade!
Muito ingénuos fomos nós que esperávamos que realmente houvesse abertura para o diálogo!
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