Foi lançado, esta semana, na fnac do norteshopping, o livro “
O voo da borboleta – Crónicas da sociedade da informação” da autoria do Professor
Reginaldo Rodrigues de Almeida.
No prefácio do livro afirma-se que “ como um jogo de palavras cruzadas, assim é a nossa sociedade. Cada letra e cada sílaba têm múltiplos entendimentos, têm variados sentidos, têm até, distintas interpretações, conforme a orientação. A pluralidade de sociedades onde vivemos em simultâneo é cada vez maior, fruto duma mescla ambígua e aparentemente contraditória de fragmentação e de globalidade”.
Joaquim Letria, que prefacia “O voo da borboleta” refere que “nunca as informações circularam de forma tão abundante e instantânea, mas as decisões macro e microestratégicas são tomadas com base em dados restritos e informações classificadas, exclusivas de clientelas seleccionadas”.
Este livro, aparentemente direccionado para pessoas que estudam as matérias relacionadas com a comunicação/informação, é uma mais valia para todos aqueles que não querem deixar de pensar e que querem ter uma voz activa e participativa na sociedade em que vivemos.
“O voo da borboleta – Crónicas da sociedade de informação” aborda os mais diversos temas – globalização; economia; educação; saúde; tecnologias; ambiente; cidadania - e é seguramente um livro que apela à reflexão.
Vivemos num mundo em que tudo acontece a uma velocidade quase inatingível. O sociólogo francês Dominique Volton chama-lhe a “cultura do instante”. Parece que as pessoas deixaram de ter memória e que apenas valorizam o presente: o imediato. Uma cidade, um país ou um continente sem memória deixa de ter história, de ter passado.
Somos confrontados com os slogans publicitários, redutores, a afirmar que vivemos numa Sociedade global”. Mas, de facto vivemos, inconscientemente, mergulhados em várias sociedades que vão desde a sociedade da mobilidade à sociedade da moda porque “ter e ter mais que os vizinhos parece ser algo, não só importante, como indispensável”.
A Internet veio vincar ainda mais a necessidade de cada indivíduo estar online com o resto da sociedade. O velho postal dos correios, outrora cantado pelo projecto musical Rio Grande” deu lugar ao e-mail. As visitas aos museus ou às bibliotecas foram substituídas por horas e mais horas em frente ao computador, porque estes, actualmente, são facilmente transportáveis. Cada vez é mais usual estarmos sentados no café e, à nossa frente, estarem várias pessoas com o computador portátil aberto insinuando que tudo nesta sociedade se tornou pragmático, até mesmo as relações inter-pessoais, porque o Messenger e outros programas similares possibilitam as conversas em tempo real como se real fosse a presença do nosso interlocutor.
A informação circula , também, a uma velocidade nunca anteriormente atingida. É possível ver, em directo, comodamente no sofá, um avião atravessar as torres gémeas em Nova Iorque matando milhares de pessoas. E o que foi dito no notíciario das 10 horas perde toda a actualidade quinze minutos depois.
O Professor Ciro Marcondes Filho considera mesmo que a crescente velocidade de circulação de mensagens e em quantidade crescente confunde os cidadãos. Questiona mesmo até que ponto, numa sociedade hipermediatizada, temos capacidade para captar tamanho caudal de informação a tão grande velocidade e muitas vezes contrária. Nos mass media sobre um determinado assunto o receptor pode encontrar perspectivas diferentes mas igualmente fundamentadas. O receptor fica desinformado. A palavra-chave são os critérios de selecção.
O livro “O voo da borboleta - Crónicas da sociedade da informação” é um bom ponto de partida para uma profunda introspecção sobre a necessidade de uma boa formação e informação ao serviço da comunidade. Um livro da editora Media XXI, a um preço acessível,a rondar os 15 euros, e da autoria do Professor Reginaldo Rodrigues de Almeida.