18 fevereiro 2006

Saúde mais cara em Portugal


Surgiu hoje uma noticia, que quando ouvi, não queria acreditar. Correia de Campos, ministro da Saúde, informou que no próximo ano os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderão ter de comparticipar, entre 25% a 50%, as despesas com os seus tratamentos.

Todos os portugueses sabem das dificuldades orçamentais com que se deparam os diferentes ministérios, mas o sr. Ministro Correia de Campos deve desconhecer o termo “serviço público” e a própria Constituição portuguesa que refere que a nenhum cidadão deve ser vedado o acesso à saúde.

A tornar-se realidade esta notícia, os portugueses devem começar a ficar preocupados. Num país que está a atingir índices de desemprego nunca antes alcançados, esta medida vai agravar ainda mais a situação.

Tudo isto torna-se ainda mais estranho se tivermos em conta que este ministro faz parte de um governo socialista que tem na sua filosofia politico-partidária a ajuda aos mais pobres e mais desfavorecidos socialmente e que andou sempre em campanha a apregoar a solidariedade . Ora, esta medida não irá afectar o bolso dos ricos mas precisamente das classes mais pobres.

O “pai” do SNS, António Arnault, mostrou-se chocado com a notícia e apelou ao primeiro-ministro para “travar os ímpetos capitalistas”.

Espero, sinceramente, que esta seja apenas uma partida, antecipada, do dia 1 de abril.

2 comentários:

Anónimo disse...

Apesar das recentes notícias sobre o Plano Tecnológico e o aumento do investimento em Portugal, situação que me agradou bastante, este governo continua a não convencer-me. Não nos podemos esquecer que uma das grandes bandeiras de campanha era a solidariedade social. Mas onde está ela? Depois do aumento do IVA e do aumento do imposto sobre o petróleo esta medida tem tudo menos de solidário. Num país que vive um dos piores períodos económicos dos últimos anos~e onde o desemprego atinge níveis exurbitantes, esta medida virá, como sempre tem acontecido, piorar a vida daqueles que todos os meses têm de contar cêntimo a cêntimo para conseguirem viver em mínimas condições.

Anónimo disse...

~José Socrates é cada vez mais um primeiro ministro com medidas da direita. Isto de colocar pessoas independentes como ministros dá nestas coisas. Espero que seja de facto uma partida de mau gosto esta noticia.

Alda Carvalhelho, Benavente