27 novembro 2005

Pedro Carneiro em entrevista


PEDRO CARNEIRO
UMA JOVEM PROMESSA NO FUTEBOL



Tem 17 anos, é natural de Amarante, joga na selecção nacional sub 18 e tem um sonho: jogar na liga inglesa de futebol tal como o seu conterrâneo Ricardo Carvalho.

José Manuel Monteiro: Com que idade despertaste o teu interesse pelo futebol?

Pedro Carneiro: Desde muito novo, tinha eu cinco/seis anos.


JMM: Onde iniciaste esta prática desportiva e com que idade?

PC: Comecei a jogar federado com 9 anos, no Amarante Futebol Clube.


JMM: A formação que adquiriste no Amarante F. C. foi importante?

PC: Foi muito importante, pois foi lá que aprendi o básico do futebol. O resto foi força de vontade e o querer sempre mais.


JMM: Como se deu a tua passagem do Amarante Futebol Clube para o Boavista?

PC: Foi no escalão de infantis. Estava a fazer uma boa época e os olheiros de vários clubes andavam à procura de novos talentos e descobriram-me no Amarante. Depois foi a parte dos contactos com o clube e depois os contactos com os meus pais.
A meio da época fui prestar provas ao Boavista e no fim do 1º treino eles gostaram de mim e disserem que gostavam que eu fosse para lá…

JMM: Como foi essa adaptação a um clube diferente?

PC: Eu quando fui para o Boavista ia muito feliz , mas passados 15 dias queria voltar para casa, pois não conhecia ninguém nem nada, apenas ia treinar e depois ia para a residência… não se fazia nada mesmo. Mas depois de começar a escola foi mais fácil; fiz novos amigos, comecei a conhecer o Porto e agora não quero outra coisa.

JMM: Nunca quiseste desistir?

PC: No início pensei várias vezes em desistir, mas a minha mãe não me deixou, e ainda bem pois este é o meu sonho: é isto mesmo que eu quero!

JMM: Que balanço fazes deste tempo que tens passado no Boavista?

PC: Acima de tudo faço um balanço muito positivo… estou à 5 anos no Boavista; sempre fui titular! Sou internacional português. Tenho passado muitos bons momentos no Boavista.

JMM: O que sentiste quando foste chamado a primeira vez para jogar na selecção nacional?

PC: Um grande orgulho, fiquei muito feliz! Era um sonho, mas acima de tudo era mais um objectivo e consegui! Para quem quer ser jogador profissional de futebol, para quem sonha ir longe no futebol, a chamada à selecção tem que ser um objectivo! A melhor coisa que há é jogar por Portugal.

JMM: Como está a ser essa experiência?

PC: Tem sido uma grande experiência! É única; não há descrição para tal.

JMM: Quem são os teus ídolos no futebol?

PC: Eu desde miúdo nunca tive um ídolo no futebol, agora que vivo muito este desporto, e que estou por dentro dele, tenho como maior referência o meu conterrâneo Ricardo Carvalho. O Raul Meireles é também um jogador que eu admiro muito. Há muitos… mas estes dois são as minhas grandes referências.

JMM: Até onde queres chegar na tua carreira futebolística, ou seja, em que clube gostarias de jogar?

PC: O sonho que eu tenho é jogar no melhor campeonato do mundo: o Inglês. Gostava muito de jogar lá. Mas não tenho limites no futebol, quero sempre mais. Não me contento com o que tenho: é sempre pouco.

JMM: Paralelamente continuas a estudar. Que curso pretendes tirar?

PC: É verdade, é muito complicado conciliar o futebol e os estudos, mas faço os possíveis para me manter na escola. Eu quero um dia tirar um curso universitário. Estou neste momento em economia, mas não sei se é mesmo isso que eu quero…

JMM: Como é o teu dia-a-dia na cidade do Porto?

PC: O meu dia-a-dia na cidade do porto é um dia igual aos dos rapazes da minha idade. De manha vou a escola, à tarde, como agora ando a tirar a carta de condução, vou para a escola de condução. De resto vou ao shopping, vou tomar café com os amigos. Ao fim da tarde, tenho treino, só é pena ser de duas horas pois eu gosto mesmo muito de treinar. À noite vou jantar, tarde porque o treino acaba tarde, e após jantar, vou para a residência; converso um pouquinho e vou dormir!

JMM: Qual é o teu maior defeito?

PC: Não lhe chamo defeito, mas sou muito teimoso, mesmo! Quando acho que tem de ser como eu quero não costumo ouvir mais ninguém…

JMM: Qual a tua maior virtude?

PC: Faço de tudo para atingir os meus ideais; trabalho mesmo muito para conseguir os meus sonhos… mas sou muito amigo dos meus amigos. Não me esqueço nunca de quem gosta de mim.

JMM: Um conselho para quem quer ser jogador de futebol profissional.

PC: Quem quer ser jogador tem que ter uma vida de jogador; tem de abdicar de muitas coisas na adolescência! Tem que ter muito espírito de sacrifício e também tem que trabalhar sempre para atingir aquilo que quer.

17 novembro 2005

Uma tradição que está de volta


PUXAR O BADALO A S. GONÇALO

Sendo um vulto ou um culto o que é certo é que S. Gonçalo de Amarante é um dos Santos com maior número de devotos no norte de Portugal. À volta deste santo encontramos algumas tradições muito peculiares como aquela que mostramos nesta reportagem: puxar a corda, vulgarmente apelidada de badalo.

São Gonçalo de Amarante é o santo português que, sobretudo no Norte de Portugal, goza de maior devoção, logo depois de Santo António de Lisboa.

Segundo o Padre Miguel de Oliveira, na sua história eclesiástica de Portugal, “S. Gonçalo terá falecido a 10 de Janeiro de 1259; o seu culto foi permitido pelo Papa Júlio III (24 de Abril de 1552) e confirmado por Pio IV em 1561”

A Igreja Católica Apostólica Romana, consagra o dia 10 de Janeiro a S. Gonçalo de Amarante.

Se em outras localidades, como por exemplo em Gaia, este dia é de grande festa, em Amarante tal não acontece, já que a população associa as festas do concelho (festas de Junho) ao seu padroeiro.

São Gonçalo de Amarante é conhecido no nosso país como o santo casamenteiro das velhas.

Não menos conhecidos, são também os doces fálicos e uma série de rituais que estão subjacentes à figura deste santo.

De todos os rituais, o mais conhecido é, sem sombra de dúvidas, o «puxar da corda a S. Gonçalo».

Pedir três desejos, uma oração e puxar três vezes a corda que se encontra à cintura na imagem de S. Gonçalo, é um ritual que se estava a perder até há bem pouco tempo. Após a transmissão de um programa televisivo em que Amarante e o seu padroeiro foram as principais figuras, deu-se grande destaque ao ritual de puxar a corda a S. Gonçalo.

Como reflexo natural, o número de visitantes a essa cidade e, especificamente Igreja de S. Gonçalo, aumentou consideravelmente.

Este ritual não é inédito, no entanto, nos outros locais onde também existe, quando se puxa a corda, o santo mostra os seus órgãos genitais. Em Amarante tal facto não acontece, até porque a imagem em questão não os possui.

Não é possível descobrir porquê e quando nasceu este ritual.

O padre Amaro Gonçalo, pároco de Amarante, esclarece: “Tudo deve ter nascido por causa da necessidade de tocar. Faz parte da espiritualidade germânica e que depois chegou até nós. Viver a dimensão religiosa pelo tacto, pela comunicação corporal. A imagem era inacessível às pessoas, e portanto deve-se ter criado a corda para permitir a facilidade de comunicação com a imagem”.

O pároco de Amarante confirma que após o referido programa televisivo, este ritual se intensificou.

Devido à procura das pessoas e à força da atitude, a paróquia de Amarante teve de substituir a corda.

O padre Amaro Gonçalo refere ainda:”Este ritual tem a sua graça. É popular e não o devemos esquecer. Esta dimensão popular, fálica, do culto a S. Gonçalo, é uma dimensão que está presente em todos os santos populares. Esta imagem é a mais primitiva, era a que provavelmente ia nas procissões e que as pessoas tinham uma forte ligação com ela. Entretanto, a imagem foi substituída por outra de menor valor artístico. Quanto eu sei, nas procissões a corda facilitaria esse contacto”.

Conseguimos apurar que se têm realizado excursões organizadas propositadamente para conhecer a imagem em questão.

Algumas pessoas deslocam-se, de bastante longe, para puxar a corda a S. Gonçalo, como é o caso que tivemos conhecimento. Um senhor, que se fazia acompanhar por duas filhas solteiras, de idades já avançadas, que se deslocaram propositadamente de Cascais para as filhas puxarem a corda do Santo.

A paróquia desmente que tenha vindo a ganhar, monetariamente, muito com o ressurgimento deste ritual: “Por mês recebemos 40 a 50 euros”, refere o padre Amaro Gonçalo.

E porque S. Gonçalo de Amarante é conhecido como um santo casamenteiro (das velhas?), o repórter desta reportagem deixa ficar também aqui o seu pedido:

S. Gonçalo de Amarante
Casai-me que bem podeis,
Já tenho teias teias de aranha,
Naquilo que bem sabeis
(quadra popular)

15 novembro 2005

Helder Silva em entrevista


“Os jornalistas têm que repensar o jornalismo em Portugal”

Helder Silva é um dos pivots do “Jornal da Tarde” da RTP. Em entrevista revela que o jornalismo em Portugal deverá ser repensado e que não é contra a violação do segredo de justiça. Este pivot aprecia a forma como são feitos os tablóides e não vê o jornal da TVI.

José Manuel Monteiro: O Hélder Silva é um dos rostos do “jornal da Tarde”. Qual o comentário que faz à afirmação de que os pivots de informação deixam de ser jornalistas e passam a ser uma espécie de “show men”?

Hélder Silva: Em alguns casos admito que isso seja verdade. Não se pode generalizar como em tudo na vida. Acho que essa generalização, no meu caso, não faz sentido. Continuo a ser jornalista para além de apresentar o “Jornal da Tarde”. Eu continuo a fazer reportagens, aliás, foi uma das coisas que disse à subdirecção de informação da RTP Porto, quando fui convidado para fazer o “Jornal da Tarde”. Eu gosto muito de fazer reportagens. Por isso eu vou continuar a fazer reportagens; quero continuar a faze-las. Ora farei médias reportagens, ora grandes ou pequenas reportagens, ou reportagens do dia-a-dia. Ir para a rua contactar com as pessoas é primordial para que consigamos manter os “pezinhos” na terra e continuar a perceber como é que se fazem as notícias. Para além disso o contacto com as fontes é primordial no nosso trabalho de todos os dias e, portanto, quero continuar a fazer reportagens: sempre

JMM: Tem consciência que tem colegas seus que muitas vezes se sobrepõem à notícia, tornando-se eles próprios a notícia?

HS: Admito que sim. Numa ou noutra situação isso pode acontecer. Ás tantas é normal que assim seja. Os telejornais são os espaços de televisão, fora as telenovelas e os reality shows, mais vistos, e por isso as pessoas são reconhecidas na rua. Isso não me choca.

JMM: Quando faz pivot tem a preocupação de não se sobrepor à notícia?

HS: Tenho, todos os dias, essa preocupação de não ser o “show men”. Há uns dias vinha numa revista, sobre o meu trabalho, que eu impunha rigor à informação. Eu quero continuar a ouvir isso sempre. A minha perspectiva é essa. A notícia é a notícia. Eu sou apenas o rosto de todas as pessoas que diariamente fazem o “Jornal da Tarde”.

JMM: Quando se pergunta a um jovem estudante de jornalismo o que quer fazer nessa área, a maioria responde que quer ser pivot de telejornal. Quando estudava jornalismo respondia da mesma forma?

HS: Não. Ontem, à noite, tive uma conversa com uma pessoa sobre isso. Acho que os jovens que hoje querem ser jornalistas, querem sê-lo na perspectiva de aparecerem, de serem o “show men”, e não na perspectiva do trabalho jornalístico que se faz todos os dias. Enquanto pequeno nunca quis ser jornalista. Queria ser arquitecto. Um dia fui trabalhar numa rádio local e comecei a gostar do jornalismo; a gostar de fazer reportagens. Meti na cabeça que já não queria ser arquitecto mas jornalista. Formei-me na Escola Superior de Jornalismo do Porto e, simultaneamente, com os estudos trabalhava na “rádio nova” no Porto. Fui sondado para trabalhar para a RTP e aceitei. Nunca tive a perspectiva de ser pivot. Já estava na RTP há um ano quando me convidaram para apresentar o “regiões”. Era uma experiência que não tinha. Foi um desafio que aceitei e pelos vistos não desiludi.

JMM: Considera que para se ser pivot de telejornal é necessário ter uma “certa imagem”?

HS: Acho que há de facto essa preocupação.

JMM: Não tem que se ser bom jornalista? A imagem conta mais?

HS: Um bom pivot nunca poderá ser um mau jornalista. Pode ser bom pivot e não tão bom repórter; pode não escrever bem reportagens; pode não ter a percepção da notícia no terreno tão bem como os repórteres que andam todos os dias no terreno. Isso admito que assim seja. Agora um pivot terá que ter necessariamente imagem televisiva porque se não a tiver porventura terá dificuldades em fazer passar a mensagem para quem está em casa. Vou-lhe contar uma conversa que tive há uns tempos com o José Alberto Carvalho sobre isso: ele dizia-me que dizia aos alunos dele que um bom pivot não podia ser nem muito bonito nem muito feio. Se for muito bonito é “ruído”; se for muito feio é “ruído”.
Também não pode ser nem muito alto nem muito baixo. Deve ser o mais comum possível. Deve ser aquilo com quem as pessoas se possam identificar.

JMM: Ou seja, está a querer dizer-me que nem qualquer jornalista pode ser pivot por muita vontade que tenha.

HS: É a minha opinião.

JMM: E do José Alberto Carvalho.

HS: Pelos vistos comungamos da mesma opinião. Eu acho que nem qualquer jornalista pode ser pivot.

JMM: O “Jornal da Tarde” consegue liderar àquela hora. O que o torna diferente do “Primeiro Jornal” da SIC e do “TVI Jornal” da TVI para que tenha a preferência dos portugueses?

HS: A grande quantidade de informação que nós produzimos durante a manhã e que, eu acho, que os outros canais não fazem. As pessoas em casa apercebem-se disso. Acho que as pessoas em casa percebem que aquilo que podem ver no “Jornal da Tarde” são novas peças e novas histórias: histórias do dia. Os outros canais ainda recorrem muito ao dia anterior. A RTP está com uma imagem de seriedade e rigor nos seus programas informativos, fugindo um bocadinho àquilo que os outros canais, um mais do que o outro, continuam a fazer que é a notícia sensacionalista; a notícia de faca e alguidar. Acho que as pessoas percebem isso e, portanto, seguem o “jornal da Tarde”. Há um dado curioso: Se nós formos ver os estudos de audiências que são feitos, verificamos que o “Praça da Alegria” acaba à mesma hora do “SIC 10 horas” e acabam empatados. Isso tem acontecido praticamente todos os dias. Acontece que dois minutos antes do início do “Jornal da Tarde” e do “primeiro Jornal”, que são os dois jornais que competem mais directamente, a audiência da RTP dispara. Àquela hora as pessoas mudam de canal porque sabem aquilo que vão ver.

JMM: O “Jornal da Tarde” é um jornal mais regionalista; vai buscar mais as notícias do norte.

HS: Concordo consigo. É um jornal produzido no Porto e pelos vistos dá resultado. Seis em cada dez portugueses vivem no norte. São dados irrefutáveis. É por esses dados que temos de alinhar o nosso jornal e aquilo que fazemos para agradar a quem está do outro lado.

JMM: Como caracteriza o “TVI Jornal”?

HS: Não vejo. Não gosto.

JMM: Sente que a RTP está a mudar para melhor, para pior ou simplesmente está a mudar sem saber ainda bem qual o rumo que vai tomar?

HS: Acho que está a mudar para melhor desde há uns anos a esta parte. Não necessariamente agora em concreto. A RTP demorou muito a acordar desde que perdeu o monopólio da televisão. Desde que acordou tem vindo a mudar. Umas vezes em velocidade acelerada, noutras mais moderada ou a passo de caracol. Mas tem vindo a mudar todos os dias e acho que para melhor.

JMM: Concorda com o modelo do novo projecto do segundo canal da RTP?

HS: Poderia entregar-se o canal e produção televisiva a universidades e fundações que não desta maneira, mas esta é só a minha opinião pessoal.

JMM: Como caracteriza a RTPN?

HS: É um canal que ainda está a dar os primeiros passos. Não tem nada a ver com a NTV...

JMM: Para melhor?

HS: Sim, para melhor. Acho que ainda pode melhorar muito mais e o caminho é exactamente esse. A RTPN pode ser uma boa alternativa comparativamente com a SIC Notícias. A SIC Notícias vive muito à custa do internacional, aquilo que é enviado pelas agências internacionais. A RTPN, ao contrário da SIC, tem centros regionais espalhados pelo país. A SIC tem um ou outro correspondente pelo país. A RTP tem vários correspondentes espalhados pelo globo. A RTP tem potencialidade para pôr toda esta gente a trabalhar e produzir um canal de informação de raiz que não tenha que viver à custa desses “enlatados” internacionais de que vive a SIC Notícias.

JMM: Actualmente o jornalismo é mais agressivo, imediatista e competitivo. Pensa que o jornalismo tem que seguir neste caminho ou há que repensar o jornalismo em Portugal?

HS: O jornalismo deve ser competitivo e imediatista, mas os jornalistas têm que repensar o jornalismo em Portugal. Têm sido feitas coisas, por exemplo no âmbito do processo “Casa Pia”, que tem sido escandaloso. São atropelos éticos e deontológicos. Não me parece que seja esse o caminho. Não tarde nada andamos todos a levantar suspeitas uns sobre os outros.

JMM: É contra a violação do segredo de justiça?

HS: Não sou nada contra. Acho uma aberração o segredo de justiça. Vemos todos os dias violarem o segredo de justiça.

JMM: Deveríamos seguir, por exemplo, o modelo brasileiro em que os jornalistas têm acesso a todo o processo e acompanham as investigações?

HS: Não sou contra a existência de regras. Acho que actualmente não funcionam as que temos e está provado que não funcionam. Todos os dias o segredo de justiça é violado. Há jornais que transcrevem na íntegra decisões de Juízes. Isto é uma violação quando o processo ainda está em fase de inquérito.

JMM: Não será também um mau profissionalismo de algumas pessoas?

HS: É um mau profissionalismo de algumas pessoas e alguns jornais, canais de televisão e rádios. Deve ser repensada a forma como se trabalham as matérias do âmbito da justiça.

JMM: Como vê o aparecimento de certos tablóides em Portugal?

HS: São formatos que já existiam lá fora e que foram seguidos aqui.
Editorialmente não concordo. Concordo com o formato tablóide na perspectiva não do conteúdo mas da forma. O tablóide é um jornal que se lê como não se lê um jornal não tablóide. Se este tipo de jornais, enquanto forma, ajudar para que os portugueses leiam mais jornais, a mim não me choca. O que me choca é que os portugueses só lêem esses jornais pelo conteúdo, pela devassa da vida privada. Isto é a imagem do país que temos.

JMM: O que gostaria ainda de fazer na RTP?

HS: Gosto daquilo que faço e farei todos os trabalhos que me derem prazer e que ajudem a RTP.

14 novembro 2005

Peso das Palavras



Foi com muito prazer que durante, quase um ano, realizei e apresentei um programa semanal na rádio amarantina ERA FM (92.7).

Era um programa semanal, aos sábados de manhã, onde entrevistei as mais diversas individualidades da região.

O programa "peso das palavras" tinha a particularidade de, alternadamente, ter um entrevistado e um painel de comentadores composto pelo Dr. Pedro Cunha, Drª. Elisa Antunes, Dr. Helder Ferreira e Dr. Moura e Silva.

Os assuntos discutidos foram dos mais diversos e a discusão chegou, muitas vezes, a ficar bem acesa.

Antes das eleições autárquicas o programa terminou. Na minha opinião terminou naquela que seria a melhor altura para se discutir Amarante e os seus problemas.

Já há 4 meses que o programa não está no "ar", e mesmo assim, ainda hoje, ouço comentarios muitos positivos, sendo um deles, e o que mais me orgulha, quando dizem que fui isento.

Tentei sempre que houvesse imparcialidade e insenção porque só desta forma se consegue um programa equilibrado e com qualidade. Penso que isso foi conseguido.

Começou hoje uma nova fase do "peso das palavras". Deixou de ser radiofónico (desde há 4 meses) para passar a estar na internet.

Neste espaço há lugar para as mais diversas opiniões dos cibernautas; trarei aqui assuntos e opiniões que me pareçam interessantes.

Tentarei actualizar este blogue sempre que possível porque como sou estudante do curso de "jornalismo, ciências da comunicação" da Universidade do Porto, o tempo muitas vezes não chega para tudo.

Espero que esta nova fase do "peso das palavras" contribua tanto para a reflexão como conseguiu na versão radiofonica.