25 fevereiro 2006

José Carlos Malato



Tem 41 anos, é realizador de rádio, apresentador de televisão e professor Universitário.
Actualmente apresenta na RTP, todos os dias, o programa “Portugal no Coração” e o concurso a “Herança”.
Aponta como seu maior defeito aquilo que diz ser a sua maior virtude: acreditar.
Nesta entrevista conhecemos aquele que Emídio Rangel elegeu como o apresentador do ano em 2004 e 2005.



José Manuel Monteiro: A vontade de fazer televisão aconteceu por acaso, ou era um sonho de sempre?

José Carlos Malato:
Olhando para trás, acho que sempre tive um Eládio Clímaco dentro de mim. (risos). O Festival da Canção foi o meu primeiro calcanhar de Aquiles.

JMM: Explica-me como foste parar à RTP.

JCM: Por amizade. O convite foi de Helena Forjaz.

JMM: Como apresentador já tive a oportunidade de te ver em vários registos.
Formal em algumas galas, informal no Portugal no Coração e muito mais sério nos concursos. Qual preferes ou onde te sentes melhor?

JCM: Gosto de ser uma espécie de camaleão da comunicação. Tal como ele, o segredo é a adaptação ao meio.

JMM: Há muitas diferenças entre fazer um programa à tarde ou um no horário nobre?

JCM: Diferenças há e muitas. À noite, faz-se e vê-se televisão com a cabeça. De manhã e à tarde, com o coração.

JMM: Já entrevistaste muitas pessoas. De quem guardas melhores recordações e porquê?

JCM: Tantas, tantas, em três anos, todos os dias. Gostei daquela vez em que o Dr. Fernando Nobre da AMI, me olhou fundo nos olhos, e disse: “Já vi morrer tanta gente. Na morte somos todos iguais. Eu, quando morrer, só espero que alguém esteja ao meu lado, e me segure na mão.”

JMM: E piores?

JCM: Não me atrevo a dizer o nome. Chegou atrasado, passou o programa todo a mascar pastilha elástica e a mandar mensagens de telemóvel.

JMM: Com as oportunidades que a RTP te tem dado, sentes-te realizado profissionalmente?

JCM: Sim. As oportunidades têm sido directamente proporcionais ao empenho que coloco no que faço, à minha capacidade de trabalho .

JMM: O concurso a Herança foi um bom presente?

JCM: Os presentes não se escolhem. Aceitam-se com um sorriso nos lábios.
É sempre bom quando nos dão.

JMM: O que achas dos reality shows?


JCM: Como produtos televisivos e fenómenos sociológicos, são apaixonantes. Sou cliente. Mais antes do que agora.

JMM: Eras capaz de entrar num programa desse género?

JCM: Se continuar a pensar como penso hoje, não.

JMM: Quem gostarias de ter a trabalhar contigo, que não tens e que fazia falta?

JCM: Ainda gostava de voltar a trabalhar com a Ana Lamy.

JMM: E o sonho de pintar, onde fica no meio de tanto trabalho?

JCM: Como uma das minhas formas e forças de expressão. Com interrupções, mas segue dentro de momentos.

JMM: Na televisão, incluindo a TV Cabo, o que mais gostas de ver?

JCM: Como tenho tão pouco tempo, notícias, algum entretenimento e na falta de real sex, Sexy Hot (que saudades!). Do Vénus já não gosto tanto. (risos)

JMM: Como profissional de televisão, como analisas o cenário que vivemos nos dias de hoje?

JCM: Domique Wolton chama-lhe a Cultura do Instante. É preciso introduzir neste meio, uma categoria de tempo, a que eu gosto de chamar, Cultura da Memória. Só assim será possível passar da Sociedade da Informação, em que vivemos, para a desejável e urgente Sociedade do Conhecimento. Como? Desenvolvendo competências que nos permitam abandonar a passividade e tornarmo-nos cidadãos activos. (cF. Reginaldo de Almeida. Voo da Borboleta, Media XXI, Lisboa, 2006). E, já agora, menos inveja, por favor!

JMM: Tens amigos no meio?

JCM: Tenho amigos em todo o lado. Construí a minha própria maçonaria. (risos)

JMM: Como é ter um largo com o teu nome na terra que te viu nascer ?

JCM: Não há nada melhor do que o reconhecimento daqueles que nos viram nascer. É um orgulho e uma responsabilidade.

JMM: Como é o Malato fora do ecrã?

JCM: Bastante mais magro. É o que todos dizem!

JMM: A tua vida pessoal é muito reservada. É uma opção?

JCM: A minha vida pessoal não tem interesse para o público em geral. Só em particular. (risos)

JMM: Que principais diferenças vês entre Lisboa e o Porto?

JCM: Lisboa é feminina, o Porto, masculino.

JMM: Fala-me agora dos teus projectos futuros.

JCM: Deixar de fumar. Já não aguento mais.

JMM: Qual a pergunta que nunca te fizeram e que gostasses de responder?

JCM: Queres que o Sexy Hot volte ao cabo? Siiiiiiiiiiiimmmmmmm. (risos)

11 comentários:

Anónimo disse...

Mais um bom trabalho jornalístico, desta vez num tom que denota proximidade e à vontade entre entrevistado e entrevistador. Só estava à espera de um Malato mais comunicativo e que se esticasse mais nas suas palavras - não fosse ele uma pessoa conhecida por falar pelos cotovelos.

Bem, só ainda não percebi a insistência no Sexy Hot... LOL :P
Continuação de um bom trabalho, fico à espera da próxima actualização.

Anónimo disse...

O Malato é indiscutivelmente um dos maiores comunicadores deste país. É culto, educado e divertido. Fazem falta muitos Malatos a este país.
Parabens ao autor deste blogue. acredito que também vai chegar longe.
Marinela - Amadora

Anónimo disse...

Gosto de ver o Malato na televisao. Demonstra sabedoria e capacidade de improviso. Parabéns por esta entrevista. Descontraída e agradavel de se ler. Parabens ao entrevistador pela forma como conseguiu captar a empatia com o entrevistado.

Anónimo disse...

Parabens ao autor do blogue. Parabens pela entrevista.

Anónimo disse...

Confesso que não gosto muito do Malato nem dos programas que ele apresenta mas ele é de facto um comunicador nato e muito "camaleão".
Parabéns pelo blogue.

Arminda - Lisboa

Anónimo disse...

Gostei do tom descontraído da entrevista.
Acho que estás no bom caminho.
Quem terminou com o "SexyHot" deveria ser severamente punido!!! loool..
Abraço!!

Anónimo disse...

Também acho que podia gostar mais dele, fosse ele um pouco mais simpático com a Merche Romero no Portugal no Coração, por exemplo, porque ás vezes até parece q ele fica com dor de cotovelo dela.. :\ sendo a Merche uma pessoa muito agradável, amável e simpática, sempre e com toda a gente.

Anónimo disse...

eu ja vi o malato com cada figurinha...
reservado??
não me cheira...

Anónimo disse...

José Carlos Malato, desde que chegou à televisão que tenho grande estima e consideração por si, o mesmo é dizer que o admiro muito pelo seu trabalho.O que mais me surpreende é a humanidade que exala daquilo que diz e que se subentendeque pensa. Pela simplicidade tão verdadeira quanto profunda. Fala da banalidade do dia a dia de um modo que demonstra profundo conhecimento do ser humano, das regras da sociedade e claro erradia grande cultura geral. Não obstante, permita-me falar-lhe de um aspecto menos elegante que de algum modo, na minha modesta opinião, lhe retira um avo do seu brilho humano. Refiro-me, podia dizer, ao Erro de Decartes de António Damásio; pois caríssimo José Carlos Malato, ainda ontem, no concurso "Jogo Duplo" (RTP 1, 25/09/2008)quando restam dois jogadores, um homem e uma mulher, ele com 1950 euros e ela com 1650 o José Carlos Malato afirma, dirigindo-se aos concorrentes, que as pontuações dos dois se situam entre os 1500 e os 2000 euros. Claro que cada concorrente, neste jogo, apenas sabia até esse momento da sua pontuação. Ao dar esta informação está claramente a dizer à concorrente para desistir carregando no botão para poder receber os seus 1650 eurosjá ganhos. É demasiado evidente que tentou beneficiar o concorrente do sexo feminino embora, devido às caracteristicas do jogo, a concorrente não tivesse sido beneficiada por este acontecimento. Mas o que conta para mim é a sua intenção e sinceramente não gostei. E o facto de eu não gostar pode ser completamente irrelevante para si, mas acredito, quero acreditar que não seja assim. Porque o admiro quero vê-lo ainda subir mais. António Damásio defendeu e provou cientificamente que coração afecta o raciocínio. Tendemos a beneficiar aqueles de quem gostamos mais, e gostar mais de um concorrente do sexo feminino não é próprio de Jose Carlos Malato. Você é um fazedor de opiniões, você é um educador. Acredito que poucos se aperceberão destes pormenores mas quanto a isso preferia que generalizasse por cima e não por baixo, preferia e acharia mais correcto outra atitude. Um Abraço.luiscorreia57@hotmail.com. luís correia

Anónimo disse...

Olá Malato sou uma fá sua e chamo-me Sofia a minha filha tá no último ano de Jornalismo e como eu gostaria que ela o pudesse conhecer e poder trabalhar consigo é um sonho meu e dela.P.F. responda.

Anónimo disse...

o malato e homosexual e drogado