29 abril 2006

O povo, ainda, é quem mais ordena






O ministro da saúde, Correia de Campos, afirma hoje, em entrevista ao Jornal de Notícias (JN), que a decisão de encerrar as maternidades é irreversível.

O ministro fundamenta-se no factor qualidade. Pois bem, o senhor ministro deve desconhecer que a maternidade de Amarante foi recentemente remodelada, onde foram gastos milhões de euros, e foi toda ela equipada com os melhores equipamentos.

Não percebo a atitude de Correia de Campos. Numa altura em que Portugal começa a ter uma população envelhecida e uma taxa de natalidade muito baixa, o governo em vez de incentivar a natalidade, faz precisamente o contrário. Ninguém duvida que com as maternidades distantes e com o consequente congestionamento das mesmas, as mulheres desta região se sintam menos motivadas a dar à luz.

O ministro da saúde, quando estava na oposição, criticou muitas vezes os ministros da saúde da altura por querem fazer aquilo que ele está precisamente a concretizar.

Considero que todos aqueles que votaram no PS nas últimas legislativas , se devem sentir muito defraudados nas expectativas. Nada nem ninguém fazia prever a falta de política social de um governo socialista.

Amarante lamenta também a incapacidade dos seus representantes locais de defenderem os interesses do município.

Afinal de nada serve às gentes de Amarante ter uma câmara socialista e um euro deputado, também socialista, que um dia foi presidente do município.

Eu que actualmente vivo no Porto, apesar de ser amarantino, sinto que cada vez tenho menos a perder em vir viver para Amarante. Esta cidade está cada vez mais pobre em todos os aspectos.

Tenho uma paixão enorme por este concelho mas não gostava de morrer por falta de assistência médica, por estar distante da urgência de um hospital.

Espero que as gentes de Amarante não se conformem e usem de todos os meios para não permitir que lhes roubem aquilo que muito custou a conquistar. Afinal o povo, ainda, é quem mais ordena.

2 comentários:

A DUPLA IDEAL disse...

Eu também concordo consigo José Manuel, penso que as pessoas devem lutar até ao fim, porque a esperança é a últimas coisa a morrer...ficarmos sem urgências e maternidade é muito mau...

Anónimo disse...

Mesmo quando lutar parece já inútil, é necessário que determinadas pessoas não se deixem levar por este sentimento de impotência, pois, quando se luta por causas é necessário que pessoas como Tu, continuem a escrever e a descerver os casos que só nos levam a ficar cada vez mais pobres e mais distantes dos padrões normais da saúde, educação e dos diversos serviços sociais.
Abraço de Vila Caiz